segunda-feira, 13 de junho de 2011

Filosofia e sustentabilidade

Filosofia e sustentabilidade (prova interdisciplinar)
O consumo consciente
Consumir é um ato humano por excelência, que nos permite atender as necessidades vitais próprias da sobrevivência, como alimentar-se, vestir-se e ter onde morar. O consumo abrange também tudo o que estimula o crescimento humano em suas múltiplas e imprevisíveis direções e como tal nos oferece condições para nos tornarmos melhores. Pelo consumo consciente participamos como pessoas inteiras.
O consumo supõe a possibilidade de escolha autônoma, não só para estabelecer preferências como para optar por adquirir ou não determinado produto. Nesse sentido, o consumo nunca é um fim em si, mas sempre um meio para outra coisa qualquer, caso contrário, se transformar em consumismo.
As necessidades de consumo variam conforme a necessidade e cultura. O consumo oferece ao ser humano um caráter simbólico de: satisfação físicas, intelectual ou espiritual.
Consumo consciente seria reconhecer o impacto de propagandas que manipulam nossas escolhas. O consumo vem oferecendo ao ser humano sensação ilusória de ser inserido socialmente.
Para onde vamos?
Presenciamos profundas transformações no ato de consumir. São transformações rápidas que vem alterando o cenário hodierno e traz conseqüências à vida do homem.
No início do século XX, foram marcantes as iniciativas de produção em série nas linhas de montagem, isso favoreceu ao consumo de massa.
A produção globalizada na época do hiperconsumo nos obriga a rever as críticas aos antigos modelos de alienação no trabalho e no consumo. Tudo isso aumenta nossa responsabilidade, tanto no plano pessoal quanto coletivo. Principalmente ao vermos as formas de exclusão que o consumismo oferece bem como a degradação para com o Meio Ambiente.
O consumo alienado
Além disso, a produção em massa tem por corolário o consumo de massa, porque as necessidades artificialmente estimuladas, sobretudo pela publicidade, levam os indivíduos a consumir sempre mais. O consumo alienado degenera em consumismo quando se torna um fim em si e não um meio, provocando desejos nunca satisfeitos, um sempre querer mais, um poço sem fundo. A ânsia do consumo perde toda relação com as necessidades reais, o que leva as pessoas a gastar mais do que precisam e, às vezes, mais do que têm.
O comércio facilita a realização dos desejos ao possibilitar o parcelamento das compras, promover liquidações e ofertas de ocasião, estimular o uso de cartões de crédito, de compras pela internet. As mercadorias são rapidamente postas “fora de moda” porque seu design se tornou antiquado ou porque um novo produto se mostrou “indispensável”, seja televisão, geladeira, celular ou carro.
Critica à sociedade administrada
Sobre a questão da produção e do consumo, debruçaram-se inúmeros filósofos, entre os quais os pensadores da Escola de Frankfurt, movimento que surgiu na década de 1930 na Alemanha.
Para os frankfurtianos , chegamos ao impasse que nos deixa perplexos diante da técnica - apresentada de início como libertadora - e que pode se mostrar, afinal, artífice de uma ordem tecnocrática opressora. A técnica aplicada ao trabalho tem provocado a alienação do trabalhador e o esgotamento dos recursos naturais. De fato, a exaltação do progresso indiscriminado não tem respeitado o que hoje chamamos de desenvolvimento sustentável.
Ao submeter-se passivamente aos critérios de produtividade e desempenho no mundo competitivo do mercado, o indivíduo perde muito do prazer de sua atividade ao ser regido por princípios aparentemente “racionais”. Por isso, Max Horkheimer acrescenta que “a doença da razão está no fato de que ela nasceu da necessidade humana de dominar a natureza”. E mais, que “a história dos esforços humanos para subjugar a natureza é também a história da subjugação do homem pelo homem”.
O hiperconsumismo
Apesar de considerar o consumidor mais crítico, Lipovestky reconhece o poder massificante da publicidade e os malefícios do hiperconsumismo, entendido como a ilusão de que a mercadoria nos garantiria a felicidade. Ao contrário, o que nos preenche a vida é o que permite ao ser humano “inventar-se a si mesmo e inventar coisas”. O risco é deixar que o consumo se converta no sentido principal da vida das pessoas.
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman não é tão otimista e diz que o consumismo “aposta na irracionalidade dos consumidores, e não em suas estimativas sóbrias e bem informadas”. Mesmo porque “a sociedade do consumo prospera enquanto consegue tornar perpétua a não satisfação de seus membros”. Basta observar como os objetos de desejo são facilmente descartáveis para que um novo desejo imperioso se imponha.

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