segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Karl Marx

Karl Marx

Capitalismo: 1.Sistema econômico em que a terra, as indústrias e os meios de produção e distribuição de bens estão nas mãos de particulares ou empresas, e o desenvolvimento é proporcionado pelo acúmulo e reivestimento  dos lucros obtidos. 2.Organização econômica em que as atividades de produção e distribuição produzem uma divisão da sociedade em duas classes contrárias: a dos possuidores dos meios de produção(capital) e a do proletariado industrial e rural (trabalhadores).
Socialismo: Termo que designa, sobretudo a partir do século XIX, diferentes doutrinas políticas tais como o socialismo de Marx, de Saint-Simon, de Fourier, de Proudhon, etc. Todas estas doutrinas têm, entretanto, em comum, uma proposta de mudança da organização econômica e política da sociedade, visando o interesse geral, contra o interesse de uma ou mais classes privilegiadas, com base nas idéias de igualdade e justiça social. Distingue-se o  socialismo democrático, que prega essa mudança por via institucional, através de reformas defendidas e  realizadas como parte do processo democrático, do socialismo revolucionário, que defende a necessidade de mudanças radicais através de um processo revolucionário de transformação da sociedade.
Comunismo: 1. Todo regime político(ou teoria política) fundado na colocação em comum  dos bens ou que absorve os indivíduos na coletividade.
2. Na teoria Marxista, o comunismo, sinônimo do marxismo-leninismo, tanto pode designar a doutrina revolucionária que visa à emancipação do proletariado pela apropriação coletiva dos meios de produção quanto o regime político-econômico de tipo coletivista no qual a ditadura do proletariado se estabelece pela destruição total da burguesia, , pela abolição das classes sociais e pelo desenvolvimento das forças de produção segundo a fórmula: “a cada um segundo seu trabalho ou a cada um segundo suas obras” (fase do socialismo); numa segunda fase, a realização de uma sociedade da abundância deve levar a supressão total do Estado, segundo a fórmula: “a cada um segundo suas necessidades”. Esta é a fase do comunismo propriamente dito: “O proletariado se apodera do poder público e, em virtude desse poder, transforma os meios de produção sociais, que escapam das mãos da burguesia, em propriedade pública. Por esse ato, ele libera os meios de produção de   sua qualidade anterior de capital e lhes dá um caráter social segundo um plano determinado. Na medida em que desaparece a anarquia da produção social, a autoridade política do Estado também desaparece”(Engels).
3. Comunismo Primitivo: expressão fazendo derivar logicamente toda sociedade de uma forma de uma organização socioeconômica fundada na ausência de propriedade privada.

Materialismo Dialético de Karl Marx
O ser humano é histórico-social

“Não é a consciência dos homens que determina o ser social. Ao contrário, é o ser social que determina  a consciência”.
O alemão Karl Marx (1818-1883) é, provavelmente, um dos pensadores que exerceu maior influência sobre a filosofia contemporânea. Marx era de família judaica, rica e culta, nos tempos da universidade ele revelou entusiasmo pelo estudo do direito, da filosofia e da história. Formado em filosofia no círculo do idealismo alemão, possuía vasta cultura e  se destacou desde muito jovem pela profundidade de suas reflexões.
Tomando conhecimento  dos escritos socialistas de sua época, envolveu-se com essa causa. Desenvolveu então uma atividade teórica de análise da realidade social, que culminou na fundamentação teórica do socialismo Marxista, e uma atividade prática de participação da organização de movimentos de trabalhadores. Em virtude dessas atividades, Marx viveu, juntamente com sua família, longos períodos de exílio e grandes dificuldades financeiras.
Visão materialista da história
De acordo com o pensamento de Marx, os homens não podem ser pensados de forma abstrata, como na filosofia de Hegel, nem de forma isolada, como nas filosofias de Feuerbach, de Proudhon e de tantos outros que Marx criticou, como Schopenhauer e Kierkegaard.
Para Marx, não existe o indivíduo formado fora das relações sociais. Ele enfatiza esse ponto ao afirmar: “A essência humana (...) é o conjunto das relações sociais”.
Isso significa que a forma como os indivíduos se comportam, agem, sentem e pensam se vincula com a forma como se dão as relações sociais. Essas relações sociais, por seu lado, são determinadas pela forma de produção da vida material, ou seja, pela maneira como os homens trabalham e produzem os meios necessários para a sustentação material das sociedades. Em seu livro Ideologia Alemã, Marx desenvolve essa reflexão dizendo:
O modo pelo qual os homens produzem os seus meios de vida depende inicialmente da constituição mesma dos meios de vida encontrados aí e a ser produzidos. Este modo da produção não deve ser considerado só segundo o aspecto de ser a reprodução da existência física dos indivíduos. Ele já é uma maneira determinada de atividade desses indivíduos, uma maneira determinada de manifestar em sua vida, um modo de vida determinado. A forma como os indivíduos manifestam sua vida reflete muito exatamente aquilo que eles são. O que eles são coincide, portanto, com a sua produção, tanto com o que produzem tanto também com a forma como produzem. Portanto, o que os indivíduos são dependem das condições materiais da sua produção.
Esse é um ponto fundamental da filosofia de Marx. Ao falar da produção material da vida, ele não se refere apenas à produção das inúmeras coisas necessárias à manutenção física dos indivíduos. Ele está considerando também o fato de que, ao produzirem todas essas coisas, os homens constroem a si mesmos como indivíduos. Isso ocorre porque segundo Marx, “o modo de produção da vida material condiciona o processo geral de vida social, política e espiritual”.

Capital e trabalho
Ele reconhece o trabalho como atividade fundamental do ser humano e analisa fatores que o tornaram uma atividade massacrante e alienada no capitalismo.
Essa demonstração se desenvolve em vários textos, mas de forma mais rigorosa em O Capital, livro em que expõe a lógica do modo de produção capitalista, no qual a força de trabalho é transformada em mercadoria de dupla face: por um lado, é uma mercadoria como outra qualquer, paga pelo salário; por outro, é a única mercadoria que produz valor, ou seja, que reproduz o capital.

Dialética marxista
Na concepção hegeliana, a dialética se torna instrumento de legitimação da realidade existente. Já no pensamento de Marx a dialética leva ao entendimento da possibilidade de negação dessa realidade “porque apreende cada forma existente no fluxo do movimento, portanto também com seu lado transitório” ou seja, a dialética em Marx permite compreender a história em seu movimento, em que cada etapa é vista não como algo estático e definitivo, mas como algo transitório, que pode ser transformado pela ação humana.
De acordo com Marx, as grandes transformações históricas se deram primeiramente no campo da economia, causadas por contradições geradas no interior do próprio modo de produção. Diferentemente de Hegel, no entanto, Marx não concebe uma história que anda sozinha, guiada por uma Razão ou um Espírito, mas sim uma história feita pelos homens, que interferem no processo histórico e podem, dessa forma, transformar a realidade social, sobretudo se alterarem seu modo de produção.

Modo de produção e forças produtivas
Modo de produção é a maneira como se organiza a produção material em um dado estágio de desenvolvimento social. Essa maneira depende do desenvolvimento das forças produtivas (a força de trabalho humano e os meios de produção, tais como máquinas, ferramentas, etc.) e da forma das relações de produção(dono/empresário e trabalhador).
No livro Ideologia Alemã a exposição dos seguintes modos de produção dominantes em cada época: o comunismo primitivo, o escravismo na Antiguidade, o feudalismo na Idade Média e o capitalismo na Idade Moderna.
Ele afirma que a passagem de um modo de produção a outro se dá no momento em que o nível de desenvolvimento das forças produtivas entra em contradição com as relações sociais de produção. Quando isso ocorre, há um sufocamento da produção em virtude da inadequação das relações nas quais ela se dá. Nesse momento, surge as possibilidades objetivas de transformação desse modo de produção.

Luta de classes
Caberia, segundo Marx, à classe social que possui um caráter revolucionário nesse momento intervir através de ações concretas, práticas, para que essas transformações ocorram. Foi o que aconteceu, por exemplo, na passagem do feudalismo ao capitalismo, através das revoluções burguesas.
Marx sintetiza essa análise na afirmação de que a luta de classes é o motor da história, isto é, a luta de classes faz a história se mover. Por isso, no Manifesto comunista (1848), escrito em parceria com Engels, Marx afirma:
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e aprendiz; numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta.
No sistema Capitalista o Estado precisa aparecer como expressão do interesse geral e não como senhorio particular de alguns poderosos. Os não proprietários podem recusar, como fizeram inúmeras vezes na História, o poder pessoal visível de um senhor, mas não o fazem quando se trata de um poder distante, separado, invisível e impessoal como o do Estado. Julgando que este se encontra a serviço do bem comum, da justiça, da ordem, da lei, da paz e da segurança, aceitam a dominação, pois não a percebem  como tal.
De acordo com Marx, o capitalismo também criou uma classe revolucionária que, em virtude de suas contradições de existência, deve se organizar para, no momento oportuno, fazer a revolução social rumo ao socialismo. Essa classe revolucionária seria o proletariado.